Árvore típica do Cerrado, também conhecida como jatobá-do-campo, jatobá-da-serra, jatobá-de-casca-fina e jutaí. A árvore pode alcançar até 9 metros de altura ou maior, casca espessa, parda avermelhada. Frutos são vagens curtas de 6 – 13 cm de comprimento, de cor marrom escura, contendo sementes duras, de cor marrom, envoltas por uma substância farinácea, adocicada e cheiro característico. A massa ou polpa que recobre as sementes é farinácea, de cor amarela a esverdeada, rica em cálcio e magnésio, e muito nutritiva, podendo ser usada na alimentação humana.
O nome popular “jatobá” é originário da língua guarani com o significado de “árvore de fruto duro” e o Já o nome “jataí” deriva da palavra guarani “jata-yva” com o significado de “fruto comestível”. A palavra Hymenaea deriva de “hymen” com o significado de “deus das uniões” em alusão às duas folhas (folíolos) unidas, característica das plantas deste gênero. No passado, foi muito utilizado pelos povos indígenas em momentos de meditação. Assim, o jatobazeiro passou a ser considerado um patrimônio sagrado brasileiro.
Os frutos do jatobá-do-cerrado são legumes indeiscentes secos, apresentando epicarpo coriáceo, tendo o mesocarpo e o endocarpo transformados em polpa farinácea, amarelada, levemente adocicada, de sabor e cheiro característicos (Ferreira, 1975), muito a apreciados in natura por populações rurais, e suas flores se destacam na paisagem, sendo muitas vezes utilizadas para ornamentação de jardins e de vias públicas. O período de frutificação é entre abril e junho e a maturação dos frutos estende-se de agosto a setembro (De-Carvalho et al., 2005).
Além de fornecer madeira de boa qualidade, as espécies do gênero Hymenaea exsudam uma resina denominada jutaicica, usada como adstringente, cicatrizante e na fabricação de xaropes para bronquite e inflamações, além da produção de vernizes (Botelho, 1993). De sua casca retira-se um corante amarelo; e de suas folhas, resina e sementes são feitos remédios caseiros. O jatobá-do-cerrado é muito utilizado na medicina popular como expectorante, estimulador de apetite, vermífugo, no tratamento de problemas respiratórios, dores no estômago, para combater problemas renais e urinários, infecções intestinais, e como cicatrizante.
Mas é na alimentação humana que o jatobá é ricamente aproveitado, a sua polpa farinácea de alto valor proteico, rico em nutrientes e fibra, utilizada na culinária regional para produzir geleias, licores, bolos, pães, mingaus, além de poder, ser consumida in natura. Em Almeida et al. (1987) são apresentadas receitas de bolo de jatobá com fubá, pão de jatobá, e pão integral de jatobá. A polpa é utilizada ainda na medicina popular como laxante.