Comunidade Campina de Pedra

A comunidade Campina de Pedra e seus participantes unem esforços profissionais e coletivos para superar desafios e promover saberes e sabores quilombolas com produtos tradicionais da região para todo o Brasil.

A comunidade Campina de Pedra e seus participantes unem esforços profissionais e coletivos para superar desafios e promover saberes e sabores quilombolas com produtos tradicionais da região para todo o Brasil.


A comunidade  Campina de Pedra está situada no km 32 da Estrada do Corrente, com acesso pelo km 32 da Estrada do Corrente, com acesso pelo km 42 da MT 060, Rodovia Cuiabá — Poconé. Com 125 hectares, vivem na comunidade 36 famílias, correspondendo a cerca de 130 pessoas.

Conforme o documento do INCRA, as terras de Campina de Pedra fazem parte da Sesmaria Formiga e possuía uma légua de frente e outra de fundos, ficando localizada nas cabeceiras do ribeirão Formiga. Os moradores atuais constituem parentes diretos dos escravos que ocuparam a região no século XIX, tal como Felix Gonçalves Netto, ao que tudo indica pai de Benedito Mendes Gonçalves, de quem descendem todos os atuais quilombolas de Campina de Pedra. Os registros apontam que Benedito Mendes Gonçalves, casou-se com Benedita Mendes Silva e, após a viuvez, casou-se com Clara Escolástica da Silva, ambas esposas filhas de Silvério Bispo da Silva, representando a base genealógica da comunidade.

Os filhos e as filhas do casal foram formando famílias, moravam próximas umas das outras, formando um pequeno arraial, em um local da Sesmaria Formiga, denominado Cachoeira. Mesmo após a abolição da escravatura, as famílias negras continuaram na localidade de Formiga, na condição de libertos. Os descendentes diretos da primeira união de de Benedito estão organizados, em sua maioria, em torno do “engenho do Constantino, ou de baixo,” e suas casas também estão próximas desse local. Já os descendentes do segundo casamento estão instalados em torno do engenho de Alberto. As principais atividades econômicas de Campina de Pedra são a agricultura de subsistência e criação de animais (bovino, suíno e galinácea). A produção da rapadura e derivados (melado) é bem tradicional e está ancorada no saber/fazer de seus antepassados.

O sabor oriundo da cana-de-açúcar, rapadura ou melado, faz parte do cotidiano alimentar além de gerar renda por meio da comercialização no mercado local. Segundo Teófilo, a rapadura é o que garante o sustento da comunidade, além de prevenir que as pessoas “peguem um monte de doença” porque é nutritivo e contém vitaminas. É tradição na comunidade as pessoas consumirem a rapadura ou melado em todas as refeições e/ou adicioná-las a outros alimentos, por exemplo, com a farinha ou feijão.

A produção excedente da rapadura, melado e furrundu, é comercializada no mercado de Poconé e entorno por meio da Associação Quilombola Negra Rural de Campina de Pedra. Em função da sazonalidade do cultivo da cana a produção é realizada em pequena escala e a sua comercialização é feita sob encomenda segundo a disponibilidade dos produtos.

Fonte: INCRA. Relatório Técnico e Antropológico da Comunidade de Campina de Pedra.

 

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Os produtos são frutos do trabalho de agricultura familiar, cultivados de forma tradicional e livre de agrotóxicos, seguindo os princípios da agroecologia.