Saber/Fazer: Artesanato

Neste espaço você terá acesso ao saber/fazer do artesanato como expressão identitária afro-brasileira local representada nos objetos produzidos oriundos dos vegetais, argilas, tecidos etc.

O que é o Baú do saber e fazer artesanato?

As atividades artesanais têm se constituído ao longo do tempo como uma das principais fontes de subsistência para comunidades quilombolas, sendo representativas pela arte do saber/ fazer reproduzida pelas gerações e ou (re) inventadas em função da relação e adaptação com o meio ambiente em que vive. Neste espaço você terá acesso ao saber/fazer do artesanato como expressão identitária afro-brasileira local representada nos objetos produzidos oriundos dos vegetais, argilas, tecidos etc.

O artesanato, que aparece frequentemente como uma alternativa, tanto para suprir necessidades da comunidade quanto para a venda de produtos com valor cultural agregado, representa parte da cultura tradicional (POUSADA, 2005, p. 39), visto que grande parte dos conhecimentos, comportamentos e saberes que nele se manifestam são originários dos antigos quilombos e constituem-se elementos de construção da identidade afro-brasileira.

As obras de arte de um artesão quilombola revelam muito do mundo em que ele vive por representar um conjunto de significados simbólicos em um mundo real. Esses significados atribuídos a valores que comunicam coletividade, sacrifício e suor estabelecem uma conexão com a impressão dos seus próprios consumidores de maneira que eles passam a reproduzi-los como princípios morais de vida (AMARAL, 2010).

Os valores simbólicos atribuídos à afirmação da identidade, coletividade, sacrifício e suor remetem a um período intenso de resistência em que ocorreu um conjunto de manifestações e protestos contra o sistema escravocrata. Essas manifestações desencadearam a formação dos quilombos, locais conhecidos como centros organizacionais do movimento que inspiravam a esperança concreta de liberdade para a comunidade negra (AMARAL, 2014).

A produção do artesanato quilombola por comunidades étnicas tradicionais tem a intenção de dar continuidade a um movimento histórico que luta contra a intolerância racial. Por esse motivo, esse artefato cultural, ainda hoje, representa a cultura de gerações e gerações de homens e mulheres que tentam reescrever sua própria história, tradição e etnicidade na busca de melhores condições de vida (DOMINGUES; GOMES, 2013).

A manutenção e a preservação dos saberes tradicionais e, portanto, da identidade quilombola, são, assim, um dos principais fatores para o reconhecimento do direito à legalização da terra, pois a identidade cultural torna-se elemento de comprovação dessa legitimidade. Nesse sentido, a valorização do artesanato pode ser considerada como mais um instrumento de expressão dessa legitimidade, além de ser também uma oportunidade para o aumento da renda.

Existem várias comunidades quilombolas que estão colaborando com o projeto com o objetivo de promover saberes e sabores quilombolas de produtos tradicionais da região, as comunidades que compõem são Comunidade Campina de Pedra, Comunidade Capão Verde, Território de Mata Cavalo (Capim Verde, Ribeirão do Estiva, Mata Cavalo de Cima, Mata Cavalo de Caixo, Ribeirão da Mutuca, Aguaçú), Comunidade de Morro Comunidade Ribeirão Itambé, Comunidade São Benedito.

São vendidos vários tipos de produtos, todos são frutos do trabalho de agricultura familiar, cultivados de forma tradicional e livre de agrotóxicos, seguindo os princípios da agroecologia. Acesse o Bulixo e veja os produtos comercializados pelas comunidades quilombolas.

Lista saber/fazer: artesanato em ordem alfabética

Colabore com o projeto

Você pode ajudar este projeto enviando informações sobre produtos oriundos produzidos pelas comunidades quilombolas.

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